FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA AUGUSTO COMTE






Adentrar o universo intelectual de Comte é bem diferente do idealismo alemão. O discípulo do Conde de Saint-Simon faz uma crítica mordaz aos filósofos que o antecederam.

O nome introduzido por Comte, positivismo, já contém uma renúncia à metafísica. O princípio básico do positivismo é partir daquilo que é dado, factual, “positivo”. Todas as discussões e questões que pretendam algo além desse princípio devem ser dispensadas como inúteis. O que, no entanto, nos é dado, especificamente, como “fato positivo”? O fenômeno! O positivismo limita, portanto, a filosofia e todas as ciências ao reino dos fenômenos. Tudo o que podemos fazer é aceitar os fatos dados em forma de fenômeno; segundo, empreender a tentativa de ordená-los de acordo com determinadas leis; terceiro, prever os fenômenos futuros com base em leis conhecidas e assim nos prepararmos para eles. Savoir pour prévoir! Saber para prever! Esse é o sentido de toda ciência. (Assim também pensava Francis Bacon, considerado por Comte como seu grande predecessor). (STÖRIG, 2009, p.407).

O positivismo é a designação da doutrina criada por Comte, fundada na extrema valorização do método científico das ciências positivas (baseadas nos fatos e na experiência) e na recusa das discussões metafísicas. O termo positivismo foi adotado pelo próprio Comte, definindo toda uma diretriz para a sua filosofia, de culto da ciência e sacralização do método científico. O positivismo caracteriza-se por um tom geral de confiança nos benefícios da industrialização, bem como por um otimismo em relação ao progresso capitalista, guiado pela técnica e pela ciência (COTRIM, FERNANDES, 2010, p.254).
A descrição dos três estado de Comte é descrito por Cotrim; Fernandes (2010). A lei dos três estados resume o pensamento sobre a evolução histórica e cultural da humanidade. Conforme escreveu em seu Curso de filosofia positiva, “essa lei consiste em que cada uma de nossas concepções principais, cada ramo de nossos conhecimentos, passa sucessivamente por três estados históricos diferentes:
  • Estado teológico ou fictício – estágio que representaria o ponto de partida da inteligência humana no qual os fenômenos do mundo são vistos como produzidos por seres sobrenaturais. O ponto culminante desse estado deu-se quando o ser humano substituiu o politeísmo (numerosas divindades independentes) pelo monoteísmo (ação providencial de um Deus único);
  • Estado metafísico ou abstrato – estágio em que a influência dos seres sobrenaturais do estado teológico foi substituída pela ação de forças abstratas como representantes dos seres do mundo;
  • Estado científico ou positivo – estágio definitivo da evolução racional da humanidade em que, pelo uso combinado do raciocínio e da observação, o ser humano passou a entender os fenômenos do mundo (COTRIM, FERNANDES, 2010, p. 254).

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