Filosofia Contemporânea: Escola de Frankfurt



Max Horkheimer um dos fundadores e principais membros, juntamente com Adorno, da escola de Frankfurt, Horkheimer nasceu na Alemanha, doutorando-se pela Universidade de Frankfurt, onde dirigiu a partir de 1930 o famoso Instituto de Pesquisas Sociais, que viria a ser o núcleo da escola. Sua obra é voltada, sobretudo para temas centrais da sociedade contemporânea como família, a questão da autoridade política e do autoritarismo, a cultura de massas, a ideologia da sociedade burguesa (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2006).
Ao analisar o pensamento de Horkheimer, Wiggershaus (2002) afirma que a base principal era a indignação diante da injustiça social, diante do contraste entre riqueza e pobreza. Sobre esse ponto, Horkheimer podia fundamentar-se em sua própria experiência como filho de milionário. Essa era, para ele, uma arma mágica contra a suspeita de nutrir ressentimentos. Assim, como o olhar do pintor barroco via em um belo corpo fervilharem os vermes da decomposição, Horkheimer via “que todos aqueles cavalheiros e damas distintos não só exploravam continuamente a miséria dos outros, mas ainda produziam-na, renovavam-na para poder viver a sua custa e aprontavam-se para defender esse estado de coisas ao preço do sangue alheio, tanto quanto preciso fosse”.
Para Max Horkheimer, afirma Reale; Antiseri (2005) o perfil desejado pelos capitalistas e o controle do plano desejado pelo comunismo sempre geraram maior repressão. E tudo isso aconteceu – escreveu Horkheimer em Eclipse da razão. Crítica da razão instrumental (1947) – porque a cultura industrial moderna está viciada por uma razão que renunciou à sua autonomia e que é doravante ancilla adminstrationis (serva da administração). A razão, hoje, não oferece mais verdades objetivas e universais às quais poder-se agarrar; proporciona unicamente instrumentos para objetivos estabelecidos por quem detém o poder. Estamos em plena decadência do pensamento; uma decadência que favorece a obediência aos poderes constituídos, “sejam estes representados grupos que controlam o capital ou por aqueles que controlam o trabalho”. É nessa situação desesperada, o melhor serviço que a razão pode prestar á humanidade é precisamente “a denúncia daquilo que é comumente chamado de razão”.
Reale; Antiseri (2005, p.476) descreve a razão instrumental afirmando que, o conceito de racionalidade que está na base da civilização industrial é podre na raiz: “A doença da razão está no fato de que ela nasceu da necessidade humana de dominar a natureza [...]”.
Sobre Adorno, Wiggershaus (2002, p.98) diz que Theodor Wiesengrund tinha passado no exame do bacharelado, depois de apenas um ano na última série do secundário, sem precisar sequer prestar exame oral, e tinha começado, em Frankfurt, no semestre do verão de 1921, aos 17 anos, a estudar filosofia, musicologia, psicologia e sociologia. Mostrando ser um filósofo de grande envergadura.
Theodor Adorno desenvolveu uma teoria crítica da ideologia da sociedade industrial e de sua cultura, que marca distintamente a posição da escola de Frankfurt. Formulou o conceito de “indústria cultural” para caracterizar a exploração comercial e a vulgarização da cultura, principalmente através do rádio e do cinema. Denunciou sobretudo, a ideologia da dominação da natureza pela técnica, que traz como consequência a dominação do próprio homem (JAPIASSÚ; MARCONDES, 2006,p.3).

Para Adorno, a denominada indústria cultural encontra-se voltada única e exclusivamente para a satisfação dos interesses comerciais dos detentores dos veículos de comunicação, que veem a sociedade como mero mercado de consumo dos produtos por eles impostos, dando origem a um processo de massificação da cultura. Adorno foi o criador da expressão indústria cultural, utilizada para demonstrar a exploração comercial da cultura por meio dos veículos de comunicação modernos, como o rádio e o cinema. Desse modo, segundo Adorno, a mídia impõe uma cultura de massa, que determina os valores e modelos de comportamentos a serem seguidos pela sociedade, bloqueando a criatividade do ser humano, que passa a aceitar passivamente os fins previamente estabelecidos pelos detentores do poder (CHALITA, 2004, p.375).

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